Patrícia Camargo

Patrícia Camargo - Formação em Psicanálise Clínica com o Prof. Wilson Cerqueira, do Centro de Estudos em Psicanálise Clínica, filiado à Associação Brasileira de Psicanalistas Clínicos (ABPC). Atualmente faz Pós Graduação em Psicologia Junguiana no IJEP - Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa em São Paulo.

Realiza atendimentos como Psicanalista Clínica em Sorocaba e Campinas e também online.

Também trabalha há mais de 10 anos com Coaching de Vida e é especialista em Coaching Afetivo. É conciliadora da Justiça Federal e autora dos blogs Coaching & Psicanálise e Psicanálise Sorocaba.

Por que fazer Psicanálise ?
Porque em algum momento de nossas vidas sofremos traumas, sentimos mágoas, culpas, frustrações, perdemos o rumo, nos desconhecemos, buscamos ser melhores do que somos e sabemos que podemos ir além.

Geralmente, as pessoas não têm consciência das diversas causas que determinam seus comportamentos e suas emoções. Estas causas estão em nosso inconsciente, e através de um Processo Psicanalítico, é possível compreendermos por que agimos como agimos e como podemos ser pessoas melhores, mais equilibradas e conscientes de nossos atos e escolhas.

Através do método da Individuação desenvolvido por Jung, paciente e analista buscam juntos a resolução dos conflitos mediante sua re-significação, possibilitando a ampliação da consciência do paciente. Com a interpretação do material trazido pelo paciente, o Processo Psicanalítico possibilita o surgimento de novos caminhos e novas possibilidades para que o paciente tenha uma vida plena e feliz.

Contatos pelo e-mail psicanalise@patriciacamargo.com.br ou pelos celulares (15) 9 9855-2277 / (19) 9 9739-4019 (What´s app)


Link da matéria da TV Tem (Afiliada da Rede Globo em Sorocaba) em que Patrícia Camargo é entrevistada sobre como realizar seus sonhos :



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Você está pronto para morrer ?


O grande neurologista e também escritor Oliver Sacks, de 81 anos, anunciou recentemente ter câncer terminal. Esta notícia me deixou um sentimento de saudade, uma vez que Sacks, apesar de seus 81 anos, continua muito produtivo. Seus livros são traduzidos no mundo inteiro, sua contribuição para a neurociência tem sido muito significativa, e até o filme "Tempo de Despertar" de 1991, foi resultado de uma obra dele. Com tanta contribuição para o mundo, acho natural já sentir uma certa saudade prematura de alguém que contribuiu e ainda vem contribuindo tanto para a humanidade. Mas fica a pergunta : estamos prontos para morrer ?

Estar pronto para morrer talvez não seja o termo mais adequado, uma vez que na maioria esmagadora das vezes, o ser humano não deseja a morte e por isto nunca está realmente preparado para morrer. Mas não trago esta questão no sentido de ter medo da morte ou no sentido de acreditar em algo além da vida, o que aliás, acredito. Penso nesta questão no sentido do desapego.

Meu professor de Psicanálise, com muita sabedoria, nos diz que este corpo não é nosso, nossos filhos não são nossos, nossos cônjuges não são nossos, nossos pais não são nossos, e que na verdade tudo isto que recebemos é emprestado. E ao analisarmos por esta ótica, se não é nosso e sim emprestado, o desapego é mais fácil. Com este olhar, podemos levar uma vida mais leve e com menos sofrimento, pois se não é nosso, é passageiro, efêmero, muitas vezes circunstancial.

E esta saudade ao saber da morte do Oliver Sacks me vem porque ao anunciar para o mundo de sua fase terminal da doença, ele escreveu um texto muito comovente. Ele agradeceu. Disse ter extrema gratidão em relação à vida, como traduzido abaixo :

"Mas meu sentimento predominante é o de gratidão. Eu amei e fui amado; recebi e dei em troca; li e viajei e refleti e escrevi. Eu tive um relacionamento com o mundo, o tipo de relacionamento especial que os escritores e leitores tem. Acima de tudo, eu fui um ser sensível, um animal pensante, nesse lindo planeta, e isso em si mesmo tem sido um grande privilégio e uma aventura”.

Que maneira mais bonita de refletir sobre a vida ! Agradecer por tudo, reconhecer o amor, os momentos em que deu e recebeu, em que refletiu, escreveu... como é bonito termos este sentimento quando estamos próximos da partida !

Outra coisa que me chamou a atenção é que ele disse que agora pode não se importar com coisas que pertencem ao futuro, como o aquecimento global e a desigualdade social. Pode sim, porque imagino que vá aproveitar seus momentos fazendo o que ama ao lado das pessoas que ama. Mas como é bonito ver alguém nos seus momentos finais ainda pensando no todo, em algo tão coletivo e empático como o aquecimento global e a desigualdade social.

Oliver Sacks fará falta porque não pode ser substituído. E aqui está o grande segredo : ninguém pode ! Todos nós somos únicos e por isso especiais. Todos nós temos a oportunidade de deixar um grande legado e belos exemplos. E você : está pronto para morrer ?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Errar é humano ?


Nós sempre cometemos erros, isto faz parte da caminhada do ser humano. Algumas vezes erramos sem perceber e apenas após algum tempo nos damos conta de que tomamos uma decisão errada. Outras vezes erramos por omissão, por não nos posicionarmos frente ao que nos exigiu coragem para uma decisão. Mas existem vezes em que erramos propositadamente, mesmo sabendo que causaremos danos ás pessoas ao nosso redor. Por isto me pergunto : errar é humano ?

Sim, errar é humano porque não somos perfeitos, porque não temos ciência de tudo o que acontece ao nosso redor. Uma história tem várias versões : a nossa, a do outro e também a de um terceiro que está de fora e consegue ver a situação com mais clareza justamente por não fazer parte dela. 

Mas eu poderia dizer que errar é humano quando somente eu sofrerei a consequência do meu erro. Se eu deveria ter escolhido azul e não verde e depois reconheço que o azul teria sido melhor pra mim, foi aparentemente um erro de escolha, mas que não lesou ninguém, não prejudicou ninguém, apenas a mim mesma.

Mas eu posso também cometer um erro que também prejudica outra pessoa. E isto pode não ser intencional, mas de alguma forma resultado das ligações que esta pessoa tem comigo e que a fizeram de alguma forma colher a consequência do meu ato. Neste caso errar não é só humano, é também consequência de uma atitude imperfeita.

Mas existem situações em que as pessoas persistem no erro e estão constantemente provocando consequências em outras pessoas. Já disse o ditado popular que errar é humano e persistir no erro é burrice. Quando persistimos numa atitude que cronicamente gera um mal para nós e para as pessoas ao nosso redor, nossa atitude pode de fato ser considerada um erro.

E como seria uma atitude maldosa ? Ela acontece quando intencionalmente desejamos o mal para o outro, quando sabemos que podemos optar por azul ou verde, mas escolhemos o verde com a intenção de prejudicar o outro. Aí está uma atitude maldosa.

E podemos ter um equilíbrio em nossas atitudes ? Sim. Quanto mais empáticos e menos egocêntricos formos, mais tenderemos a cometer erros humanos e menos erros em que outras pessoas estarão envolvidas, intencionalmente ou não. Ao colocarmos o outro em primeiro plano, nossa perspectiva para a solução do problema é maior, e muitas vezes, surgem novas oportunidades que antes não víamos, porque estávamos necessariamente olhando somente para nosso umbigo.

Errar é humano sim, faz parte da nossa caminhada. Aprender com os erros, porém, é sinal de grande sabedoria.